Helder cancela visita à Tucuruí, ao saber que seria cobrado por terceirização de hospital e falta de estrutura na saúde pública da região do lago de Tucuruí. |
Por Diógenes Brandão, com informações de Por Wellington Hugles*, editor do jornal de Tucuruí e região Gazetta Regional
“Na primeira visita oficial à Tucuruí, Helder terá que explicar o porquê da promissora cidade de Tucuruí estar registrando um dos maiores índices de letalidade, e, na contramão, o menor número de pacientes recuperados”, escreveu o jornalista Wellington Hugles em seu blog, o jornal de Tucuruí.
Pronto, bastou ser informado que seria recepcionado com protestos e cobranças para que o governador do Pará cancelasse sua visita ao município de Tucuruí, que possui uma população de 113 mil habitantes e só tem até agora 6 ventiladores pulmonares para o tratamento de casos graves da COVID-19 (04 no hospital regional e 02 na rede privada).
Essa precária condição serve ainda para atender toda a região do lago de Tucuruí, formada por diversos municípios do sudeste do Pará, com uma população estimada em mais de 600 mil habitantes, que procuram emergencialmente o hospital regional, que se encontra em péssimas condições de atendimento à população.
Leia a matéria de Wellingon Hugles:
Sem argumentos, Helder cancela visita a Tucuruí
Por volta das 11h desta segunda-feira (25), após chegar a Cametá para entrega de equipamentos oriundos do Ministério da Saúde, o governador Helder Barbalho ao tomar conhecimento da grande mobilização popular, e dos políticos da região, resolveu cancelar sua visita a Tucuruí, aonde entregaria 5 respiradores mecânicos também do governo federal ao Hospital Regional da cidade.
Coincidentemente, após publicação de matéria jornalística pelo Jornal de Tucuruí e a afiliada Gazzeta Regional, que questionava Vossa Excelência o governador do estado, pelos poucos investimentos na cidade e região, além da cidade passar pela maior taxa de letalidade e o reduzido número de medicamentos para o tratamento do Covid-19, ocasionando o menor número do estado de pacientes recuperados, ainda, pelas denúncias de falta de EPI’s, medicamentos, tomografia e equipamento no maior hospital de referência da região, que atende 600 mil habitantes.
O governador Helder, após sua eleição faria sua primeira visita à cidade, mas, face, aos inúmeros questionamentos e principalmente a mobilização popular, contando ainda com o sentimento de luto da etnia Assuriní, que enterrou nestes últimos dias três de seus líderes, decidiu cancelar a visita a Tucuruí.
Promessa que o vento levou
No ano passado, exatamente em abril, o governador Helder esteve em Breu Branco, em uma linda festa, para a reinauguração do Hospital do município, e na oportunidade anúncio a entrega, nos primeiros dias de junho de uma ala no HRT, que atenderia os pacientes em tratamento oncológico. Naquele dia o governador desceu do avião no aeroporto de Tucuruí subiu em um helicóptero foi e voltou de Breu Branco e se querer passou por uma via pública da cidade que deu a Helder uma das maiores votações históricas em eleições para o governo do estado.
Passados alguns dias, estourou a bomba da equipe de direção do HRT, há época, estavam realizando inúmeras licitações duvidosas, que ocasionou a demissão de ‘um punhado’ de pessoas. De lá pra cá, nada foi feito, tanto para a apuração, e nem para a entrada em funcionamento da nova ala.
Privatização
Após uma grande mobilização de prefeitos da região, buscando melhoria na saúde do estado para o sul e sudeste, o governador Helder aproveitou por estarem de pires na mão, e anunciou a criação de um hospital de campanha, em Marabá, que não atende nenhum município da região do lago de Tucuruí, além da ampliação de leitos de enfermaria e UTI no HRT, estes nunca foram efetivamente concluídos. Mas por outro lado, o governador Helder, conseguiu colocar em prática um antigo sonho do ex-governador Simão Jatene, que por muitas vezes tentou sem êxito privatizar o Hospital Regional de Tucuruí, e agora, Helder consegui entregou para a iniciativa privada, através do Instituto Diretrizes, o maior patrimônio no setor de saúde da região, o HRT, que diariamente cria diretrizes, como é seu nome, criando dificuldades com os municípios na região, para o atendimento de pacientes, por estar com restrições para a internação que devem ser feitas pela regulação do estado. Essas, e muitas outras respostas devem ser dadas com urgência pelo governador do Pará, aos seus eleitores e irmãos paraenses que estão perdendo suas vidas por não terem o braço forte do estado na região, e, diga-se de passagem, saúde é um direito do povo e um dever do estado.
*Wellington Hugles é Jornalista, Bacharel em Direito e morador de Tucuruí.
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