O objetivo, segundo a Coordenadora Municipal de Juventude, Nilva Araújo, é trabalhar em prol da juventude buscando para eles melhores políticas públicas. Com esta III Conferência ela afirma ter sido a oportunidade de ouvir as propostas e anseios dos jovens. “Há cinco meses abraçamos esta causa e vestimos a camisa e com o apoio do governo municipal conseguimos realizar esta conferência”, mensura Nilva, assegurando que a juventude atendeu ao chamamento notando-se a participação de aproximadamente 3 mil jovens, parte deles de delegados eleitos nas pré-conferências, que trouxeram seus questionamentos e reivindicações que são de direitos.
De acordo com a análise da coordenadora, a juventude tem mostrado maturidade política tanto no participar quanto na forma que conduziram as discussões tendo, inclusive, entrado em consenso para apresentar apenas uma chapa que concorreu as vagas existentes para representantes da sociedade civil no Conselho Municipal de Juventude. “Agora é seguir adiante com os projetos e inserir esta juventude na educação, pois esta é a base para que eles possam seguir adiante e entender, através da política, quem são as pessoas que eles querem no governo”, concluiu Nilva Araújo.
O evento aconteceu no Plenário João Prudência, na Câmara Municipal de Parauapebas, sendo aberto na sexta-feira, 29, e encerrado no sábado, 30, quando contou com a participação de inúmeros jovens do campo e da cidade de todos as tendências políticas, gêneros, preferencias sexuais, crenças e classes sociais.
Nesta conferencia um diferencial foi a participação de jovens indígenas; um deles Katop-Ti, da aldeia Xikrins do Cateté. Ele trabalha no Setor de Educação Escolar Indígena e diz ser a segunda vez que a juventude de sua aldeia participa de uma Conferência de Juventude. De acordo com o indígena as políticas públicas não têm contemplado a juventude indígena que tem dificuldade para continuar os estudos quando concluem o ensino médio. “Ingressar no ensino superior ainda é um sonho para nós indígenas”, lamenta Katop-Ti, dizendo que a principal reivindicação que fizeram foi a inclusão dos jovens indígenas nas políticas que existem para os brancos.
Ainda de acordo com Katop-Ti, a juventude indígena tem despertado para a importância de participar destas conferências e trazer suas reivindicações. E foi mesmo notado interesse dos indígenas que se dividiram entres os Grupos de Trabalho e neles ajudaram a construir as propostas que serão transformadas em documento e encaminhado ao governo municipal através da Coordenadoria Municipal de Juventude.
Parte ativa da coordenação da III Conferência ficou por conta do CMJ (Conselho Municipal de Juventude), que tem como presidente Vanessa Moitinho, e também diz ver como positiva a forma como foram conduzidas as discussões. “Notamos uma coalisão das forças diversas que há entre a juventude. Além de nossas tendências a pauta nos unifica; e acredito que este novo conselho, aqui aclamado pela maioria, venha com esta força de nos manter unidos”, torce Vanessa.
Ela se refere ao novo conselho eleito no encerramento da III Conferência de Juventude tendo como membros:
SEGMENTO TITULAR SUPLENTE
CIDADE WELLYNTON PABLO OLIVEIRA SANTOS – JPSDB JONAS GOMES DA CONCEIÇÃO – JDEM
CIDADE FELIPE ALMEIDA BORGES – JDEM PAULO SERGIO DA SILVA MENDES – PJ
CIDADE ALINE ALVES PEREIRA – SOCIEDADE CIVIL MURILO HENRIQUE – PSD JOVEM
CIDADE WESLEY SOUZA SANTOS – PJ FRANCOYSE CARVALHO NUNES – LPJ
CAMPO ALINY SILVA E SILVA – MST JOSÉ DA CONCEIÇÃO FILHO – CEDERE
CAMPO ANEILTON COSTA – PALMARES II ALEXANDRO SOARES – UMESPA
INDÍGENA BEBYRY XIKRIN – DJUDJE-KÔ KAROYTE XIKRIN – KATETÉ
O debate teve como eixo a mineração, assunto que ela diz ter sido qualificado como ‘pesado’, mas se surpreendeu com a forma que foi conduzido pelos jovens que foram divididos em cinco grupos de trabalho, tendo cada um tema distinto:
> Juventude, emprego e renda;
> Juventude e Territorialidade;
> Juventude e acesso a direitos;
> Juventude e educação;
> Juventude e extermínio de jovens.
Agora com as demandas da juventude em mãos, Vanessa Moitinho diz que a comissão organizadora tem a tarefa de sistematizar todo esse material transformando na AGENDA DA JUVENTUDE DE PARAUAPEBAS 2016/2018. “Essa agenda serve para mostrar para a gestão que não precisam inventar a PEDRA, trazer empresas de consultoria com estatística, pesquisa ou técnicos para saber o que a juventude quer; muito menos o gestor ter que forçar a inteligência para descobrir o que a juventude precisa e espera. Basta a coordenadoria de juventude ou o governo municipal entender que este é o único de gestão necessária”, detalha Vanessa, simplificando que o que a juventude pede é tão trivial e óbvio.
No final da conferencia foi feita homenagens à Shirlean Rodrigues e Lorena Lima, respectivamente. O primeiro morreu recentemente por problemas de saúde e ela vítima de violência.
A mãe de Shirlean foi convidada para estar presente no momento das homenagens e chorou durante o ato.
Fotos: Chocolate
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