Sétimo pênalti perdido na temporada, alguns apagões durante a partida e mais um cartão vermelho por agressão em jogo decisivo.
Na eliminação dentro de casa para o Nacional-URU, após empate por 2 a 2, o Corinthians se mostrou um time imaturo para as necessidades de um jogo decisivo de Copa Libertadores. Um cenário que era esperado por muitos em função da inesperada reconstrução da equipe que ganhou o Campeonato Brasileiro com sobras há seis meses.
Gil, Ralf, Renato Augusto, Jadson, Malcom e Vagner Love foram os jogadores negociados após a conquista, o que exigiu uma ampla reformulação da equipe. A direção corintiana assume que não apenas foi surpreendida pelas saídas dos atletas, mas em praticamente todas as transferências não teve saída. Em dezembro, os jogadores com maior perspectiva de venda eram Felipe e Elias, que permaneceram.
No processo de amadurecimento de um novo time, a expectativa interna era grande para que a equipe seguisse até a decisão do Campeonato Paulista. No Corinthians, se entendia que o título estadual, após campanha impecável na primeira fase, serviria de afirmação. Daria confiança para o elenco, agruparia as peças novas do time e traria fôlego para a Copa Libertadores. Mas, eliminado pelo Audax nas penalidades, o time corintiano perdeu segurança. Só conseguiu vencer, a rigor, um entre todos os jogos mais duros de 2016.
Dentro de Itaquera para decidir a classificação após quatro eliminações seguidas em torneios eliminatórios, sempre em casa, o novo Corinthians com nove jogadores novos no elenco foi imaturo. Preparado para encarar um adversário preso à defesa, se surpreendeu com a pressão inicial dos uruguaios. Aos 5min, Nico López marcou e já obrigou os corintianos a uma virada para avançar. Inicialmente, a equipe se abateu e correu ainda mais riscos, mas se reorganizou, alcançou o empate com justiça pelos pés de Lucca e foi confiante para o intervalo.
No segundo tempo, com os nervos à flor da pele, o Nacional acertou outro ataque perfeito e jogou água fria sobre o Corinthians com gol de Santiago Romero aos 11min. Durante um longo período na sequência, a equipe de Tite se desarticulou, teve dificuldades em atacar e só reagiu, de verdade, quando Danilo entrou aos 24min. A pressão se transformou em pênalti, mas aí novamente a perna corintiana pareceu pesar.
André perdeu o sétimo pênalti do ano com uma batida fraca, após paradinha, quase no meio do gol. O capítulo final da eliminação parecia pronto, mas ainda houve tempo para Fagner, com um pontapé, repetir um roteiro comum das quedas na Libertadores e ser expulso. Em inferioridade numérica, o Corinthians ainda empatou com Marquinhos Gabriel, também em penalidade, mas a ‘bola do jogo’ aos 49min foi batida para fora por Ángel Romero.
A lamentação é grande e jogadores demonstraram abatimento pela eliminação. Mas os próximos meses poderão provar o que o Corinthians e Tite acreditavam: é uma equipe para brigar, de verdade, no segundo semestre. Nesse sentido, há o alento histórico de que três títulos brasileiros (1999, 2011 e 2015) vieram após quedas pela Libertadores.
A imaturidade do Corinthians, segundo Tite e Elias
“A equipe vem passando por um processo de amadurecimento, de construção. Muitos jogadores chegaram esse ano, o Marquinhos que entrou hoje não tem nem um mês. O Jordan fala no livro dele de tantas que ele errou antes de acertar. Vamos passar por esse processo. Todos ganham, todos perdem… Não vamos achar culpados”, disse o volante.
“Sabe como é o processo de crescimento? Com acerto e erro. A gente queria apressar etapa, queria passar, porque merecia na Libertadores e no Paulista. Mas a efetividade nos tirou (a classificação), o último terço do campo… Precisa de trabalho e tempo. Trabalho competente. Estamos construindo, vão acontecer erros, vai ter crescimento de atleta, oscilação de alguns outros, temos jovens, jogadores que não tem três meses de sequência de titularidade no clube. Construção de equipe é inevitável passar pelo processo de efetividade”, falou o treinador.
Fonte: UOL
Comentários com Facebook