Quem precisa de atendimento na agência do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) em Parauapebas precisa enfrentar longas filas e ainda assim, muitas vezes, acaba voltando para casa sem conseguir atendimento. Muitos usuários se queixam da falta de peritos e funcionários para atender a demanda diária de cerca de 400 pessoas.
Na manhã da última quinta-feira (26), muita gente que chegou ao local ainda de madrugada enfrentou fila sem saber ao certo se conseguiria atendimento já que, até às 10 horas, nem senha ainda tinha em mãos. A agência local conta com oito guichês, mas só quatro estavam atendendo no momento em que a Reportagem esteve por lá.
O local onde funciona a agência, na Rua Ceará, Bairro Rio Verde, também não dispõe de espaço para abrigar todos os usuários e muitos ficam aguardando atendimento em pé, do lado de fora. O prédio definitivo, que está em construção há três anos e já custou mais de R$ 2,5 milhões aos cofres públicos, teve a obra retomada no final do ano passado, mas ainda não tem prazo para ser concluído.
O novo endereço fica no bairro Jardim Canadá e esteve com as obras paradas por dois anos. Enquanto o novo espaço não fica pronto, os usuários amargam longas filas no pequeno prédio improvisado, já bastante deteriorado.
Raimundo Alves Costa, de 64 anos, há dois anos faz peregrinação ao instituto na tentativa de se aposentar. Na última quinta-feira, ele era um dos que aguardava atendimento, mas sem saber se ia conseguir. “Já estou cansado. Quando consigo ser atendido, não tem médico para me avaliar e dependo do laudo para dar início ao processo”, diz.
Amparada por muletas, Maria da Conceição tenta, há seis meses, passar por perícia médica para receber auxílio doença. Agente de serviço gerais, ela foi vítima em um acidente de trânsito e fraturou a perna direita.
Desde então, luta para receber o benefício. “Fico numa situação difícil porque não estou recebendo da empresa por estar de licença médica. Hoje [quinta-feira] vou tentar mais uma vez, mas essa demora deixa a gente angustiado. Eu preciso receber meu benefício, pois não tenho outra fonte de renda”, lamenta a mulher.
Aposentada por invalidez, Aldenora de Araújo, de 77 anos, saiu da agência revoltada. Ela conta que teve o benefício suspenso porque precisa fazer nova perícia. Desde dezembro que ela madruga na porta do instituo tentando fazer a perícia, mas toda vez sempre recebe a informação que não tem médico. “Isso é um absurdo. A gente chega a essa idade e tem que passar por todo esse sofrimento para receber um benefício que é nosso de direito”, reclamava a mulher, ao sair da agência sem ser de novo.
O CORREIO procurou o INSS para falar sobre o assunto, mas não houve retorno até o fechamento desta edição. Na agência de Parauapebas, os servidores dizem que não tem autorização do órgão para falar com a imprensa.
(Tina Santos)
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