Trabalho já mapeou quase 500 espécies da Serra de Carajás (PA)
Na Floresta Nacional Carajás, no Pará, está localizada uma das maiores províncias minerais do mundo e também ecossistemas vegetais peculiares, conhecidos como cangas ou campos ferruginosos. É lá que pesquisadores do Instituto Tecnológico Vale (ITV) e do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) desenvolvem, desde 2015, o projeto “Flora das cangas da Serra dos Carajás, Pará, Brasil”, considerado o mais recente e sistematizado estudo botânico sobre o ecossistema da região já realizado. O projeto conta com a colaboração de mais de 90 botânicos taxonomistas do Brasil e do exterior, oriundos de pelo menos 25 instituições nacionais e internacionais. O número total de espécies da flora quando concluído o levantamento, previsto para dezembro de 2017, deve chegar a 700, o equivalente a 10% das espécies referidas para o estado do Pará.
O estudo vem sendo publicado em edições especiais da revista Rodriguésia, do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, considerada uma das mais importantes e tradicionais publicações da área de botânica, em especial em taxonomia vegetal. O segundo volume será lançado hoje (24), durante a 68ª edição do Congresso Nacional de Botânica, que ocorre no próprio Jardim Botânico, durante a mesa redonda “Estudos multidisciplinares nas cangas da Serra dos Carajás, conhecendo e conservando a diversidade vegetal na Amazônia Brasileira”.
Este segundo volume, dos três a serem publicados pela Rodriguésia, é composto por 51 monografias em nível de famílias botânicas, incluindo oito artigos de briófitas, um de licófitas, 10 de samambaias e 32 monografias de angiospermas, totalizando 244 espécies. Somados aos tratamentos publicados em 2016, no primeiro volume, o levantamento chega a 106 monografias, com 492 espécies. O último volume será lançado em dezembro, fechando o levantamento de cerca de 700 espécies.
As monografias incluem descrições taxonômicas, ilustrações, distribuição geográfica, chaves de identificação para os gêneros e espécies e muitas fotografias das espécies em campo. É o resultado de dois anos e meio de pesquisa do projeto, que inclui um extensivo programa de coletas na área. Através da sistematização da informação e do resgate de registros do passado, o estudo atual contribui para disponibilização de informação correta e autenticada, substituindo listas desatualizadas e propiciando o uso dessa informação para os mais variados fins.
O projeto da flora das cangas de Carajás, também é importante contribuição para a Flora do Brasil 2020, projeto coordenado pelo Jardim Botânico do Rio de Janeiro, que reúne mais de 700 colaboradores que estão preparando um acervo online com objetivo de cumprir a meta 1 da Estratégia Global para Conservação das Plantas, assinada pelo governo brasileiro.
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