Um problema que data de 6 de agosto de 2.010, quando em um ato emblemático diversos militantes do MST marcharam rumo à fazenda Marambaia, de propriedade de José Olício, cuja intenção era ocupa-la.
Mas por orientação jurídica que uma fazenda ocupada não podia ser vistoriada pelo INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), decidiram ficar na margem esquerda da rodovia PA 275, no sentido Parauapebas/Curionópolis, em frente para seu objeto de desejo (fazenda Marabaia).
Acampados ali, há cerca de 15 quilômetros de Parauapebas, o número de famílias foi aumentando e logo depois receberam da justiça o direito de montar o Acampamento na fazenda que fica do lado em que já estavam com suas barracas armadas, e assim sairam do corredor e construíram melhores acomodações. Trata-se da fazenda Fazendinha, de jovem produtor rural Darlon Lopes.
Agora com o acampamento oficializado, recebendo o nome de Frei Henri Burin des Roziers, iniciou um novo capítulo na história, tanto dos acampados quanto dos proprietários e trabalhadores da fazenda.
De um lado os acampados se queixam que são insultados e ameaçados por homens que, a mando do fazendeiro, dispara com arma de fogo contra eles. Enquanto isso o fazendeiro denuncia que os moradores destroem a cerca que separa o acampamento da fazenda na intenção de dar passagem ao gado que em seguida é capturado e morto. “Já perdemos muito gado”, reclama o fazendeiro, dizendo ter decidido na tarde de ontem, 3, terça-feira, abrir uma vala separando a fazenda do acampamento, cuja finalidade era substituir a cerca que é com frequência arrancada; mas a vala foi qualificada pelos moradores do acampamento como ‘trincheira pra abrigar os atiradores’.
Porém, ainda de acordo com Darlon, os homens que trabalhavam na máquina usada para fazer a vala, foram agredidos com fogos de artifício e disparos de arma de fogo. E foi esse fato que levou os fazendeiros a tomar a atitude extrema na tentativa de chamar a atenção para as autoridades em busca da solução do problema.
A mobilização iniciou ontem, 3, terça-feira, e hoje pela manhã a rodovia PA 275 foi interditada por cerca de duas horas, tempo suficiente para formar grande congestionamento. Porém por volta das 9h de hoje, quarta-feira, 4, foi liberada e com a presença da polícia e da imprensa a abertura da vala foi retomada. “Vamos esperar que a solução chegue através da justiça que já se comprometeu a trazer a solução do problema desde o dia 31 de março de 2011, porém até agora nada aconteceu”, reclama Darlon.
O fazendeiro se refere a audiência ocorrida no dia 10 de março de 2011 na sala de audiências da Vara Agrária, na presença da juíza Claudia Regina Moreira Favacho Moura, Titular da Região Agrária Marabá, quando ficou determinado que os barracos do MST seriam reagrupados e restringidos a ocupação nos apenas 2 alqueires.
Em outro ponto de discussão e decisão ficou determinado que os moradores do acampamento Frei Henri se comprometeram a não ultrapassar seus limites, sob pena de desocupação compulsória da área. Outro prazo também citado no documento é a data em que os acampados ficariam no local (31 de dezembro de 2011), quando concluiria o pedido de regularização fundiária.
(Francesco Costa)
Comentários com Facebook