Data pretende cumprir mandados de prisão contra agressores neste mês
Aproximadamente 40 procedimentos investigando estupros e estupros de vulneráveis já foram instaurados pela Polícia Civil de Marabá entre os dias 1º de janeiro e 1º de outubro deste ano. Os casos são acompanhados pela Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) e Delegacia Especializada no Atendimento à Criança e ao Adolescente (Data) que estão intensificando as operações de combate aos dois crimes neste mês.
“Nesse mês estamos com foco, principalmente, no combate aos crimes sexuais contra crianças e adolescentes e estaremos tentando cumprir algumas prisões relacionadas ao estupro de vulnerável”, informou a delegada Ana Paula Fernandes, que responde pelas duas especializadas.
Segundo dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2015, produzido pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em todo o Pará foram registrados, no ano passado 2.927 estupros e 185 tentativas. O número de estupros consumados é ligeiramente menor que o registrado no ano anterior, 2013, porém as tentativas deram um salto, já que em 2013 foram registradas 46. Dos estupros denunciados em 2014, 568 ocorreram na capital, Belém.
Apesar de ter havido redução dos crimes registrados em todo o país, não há como saber se de fato os índices estão diminuindo, já que a Pesquisa Nacional de Vitimização, relacionada à 2013, verificou que somente 7,5% das vítimas de violência sexual no país procuram as delegacias para registrar denúncia.
Acredita-se que apenas 10% dos casos que ocorrem são notificados e a pesquisa do gênero “Estupro no Brasil: uma radiografia segundo os dados da Saúde” estima que pelo menos 527 mil pessoas sejam estupradas por ano no país. A pesquisa do Fórum de Segurança, que coleta dados fornecidos pelos estados, por meio da Lei da Transparência, apontou apenas 47,6 mil estupros registrados no Brasil em 2014.
O Anuário aponta que 90,2% das mulheres, 73,7% dos jovens de 16 a 24 anos e 67,1% da população brasileira residente nas grandes cidades brasileiras afirma ter medo de ser agredida sexualmente. A pesquisa, feita em conjunto com o Instituto Data Folha, resultou claro que aquando a pergunta é feita para gêneros diferentes o estupro aparece como um crime voltado para as mulheres.
Enquanto mais de 90% das mulheres afirmaram ter medo de sofrerem agressões sexuais, apenas 42% concederam a mesma resposta. Quando a pergunta é feita tendo a raça/cor como referência, as pessoas que se identificam como amarelas são a maioria com medo (73%), seguidas das pardas (70%), pretas (69%) e brancas (63%). O Nordeste é a região com mais pessoas respondendo sim à questão, 74%, seguida por Sudeste (67%), Centro Oeste/Norte (63%) e Sul (61%).
O gráfico do medo por renda mensal aponta que, possivelmente, as principais vítimas do crime sejam as de menor poder aquisitivo, uma vez que 75% das pessoas entrevistadas com renda familiar de até dois salários mínimos temem sofrer violência sexual, seguido por 66% das pessoas que vivem com valor entre dois e cinco salários mínimos, 54% das que recebem entre cinco e 10 salários mínimos e 53% de quem vive com mais de 10 salários mínimos.
Os jovens também são os mais temerosos, já que 74% dos entrevistados entre 16 e 24 anos disseram sim ao questionamento, seguido por 70% das pessoas entre 25 e 34 anos, 67% que têm de 35 a 44, 64% com idade entre 45 e 59 anos e 57% com mais de 60 anos.
EM Números
60 estupros registrados em Marabá em 2015
2.927 estupros em todo o estado em 2014
90,2% das mulheres temem agressão sexual
73,7% dos jovens de 16 a 24 anos temem agressão sexual
(Luciana Marschall) www.ctonline.com.br
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