Presidente da Caterpillar analisa a situação atual dos mercados para a linha amarela
Quando a economia atravessa períodos turbulentos, acompanhar o desempenho da indústria fabricante dos equipamentos da linha amarela é sempre um bom termômetro do que está acontecendo em importantes mercados, como o da construção, mineração e agrícola. Durante a apresentação dos três novos modelos de tratores de esteira da Caterpillar (clique no link ao final do texto para para ler a matéria sobre eles), o presidente da unidade brasileira, Odair Renosto, fez uma análise sobre a situação atual nesses segmentos.
A mineração, que estava praticamente parada, está dando sinais de reativação, por conta da China. “E isso está acontecendo praticamente no mundo todo. Olhando a Caterpillar como um todo, não só no Brasil temos pelo menos 25% de aumento do volume de utilização dos equipamentos da marca. Todos são conectados e com isso sabemos tudo o que está acontecendo.
Já no mercado brasileiro de construção as perspectivas ainda são boas para o futuro, porém, no presente, nada acontece. “Estamos vendo que a recuperação só começará a ser um pouco mais forte a partir do segundo semestre do ano que vem. Começamos a sentir movimentações no sentido de pedir cotações e questionamentos sobre prazos de entrega. Isso é sinal de que existe alguma coisa começando a ocorrer, mas ainda temos uma quantidade muito grande de máquinas paradas. Todas as construtoras possuem uma ociosidade enorme e vai levar um tempinho para consumirem máquinas novas. A única coisa que nós sabemos é que o cronograma das concessões está sendo cumprido e estão trabalhando para atender essas datas. Existe um grupo grande trabalhando, empresas do exterior. É possível que essas empresas estrangeiras peguem as concessões e depois contratem as empresas brasileiras. Mas no momento o mercado ainda está parado”, conta Renosto. “No agronegócio temos uma indicação forte de que as coisas estão melhorando. Já estamos com um volume razoável de vendas nesse segmento”, complementa.
“A indústria da linha amarela no Brasil já chegou a 32 mil máquinas e agora gira em torno de 8 mil unidades. Em 2010, 2011 falava-se em 60 mil máquinas. Mas essa previsão, que atraiu todos os fabricantes para o Brasil, foi otimista demais, superestimada. Não chegaremos as 60 mil”, analisa Renosto.
Exportações e serviços em alta
Se o mercado doméstico apresenta dificuldades, o mesmo, felizmente, não acontece em relação às exportações. “O mercado de exportação continua muito bom para nós. A América Latina está indo muito bem, Estados Unidos também. Apenas o Oriente Médio, que para nós geralmente é muito forte, ainda não acordou. Equanto o preço do petróleo não atingir um determinado nível, eles não vão fazer novos investimentos. Então, tirando o Oriente Médio, para nós todos os mercados estão em crescimento”, ressalta o executivo. Embora não revele o número de exportações da planta de Piracaba, ele conta que já registra um aumento em torno de 60% em relação a 2016.
A á área de serviços de pós-venda também está vivendo em bom momento. “É o que está mantendo a nossa rede de revendedores vivos, incluindo a venda de peças. O nível de atividade é menor do que no passado, mas ainda está muito bom. As empresas não estão comprando equipamentos novos, mas fazem a manutenção dos existentes. O setor de mineração está trazendo bastante atividade para a área de serviços dos revendedores”, afirma. As vendas de peças da marca, no mundo, devem obter esse ano um crescimento de 17% em relação ao ano passado.
Investimentos continuam, com ou sem crise
A Caterpillar está investimento esse ano cerca de R$ 80 milhões no lançamento de produtos, como os três tratores de esteiras e outros já realizados e previstos – um novo rolo compactador está na fase de teste de campo e em breve complementará a linha da empresa – e também na modernização da planta de Piracicaba. “Estamos trabalhando em várias frentes para aumentar a produtividade, com mudanças em equipamentos e processos. Não é por causa da crise que paramos de investir. É melhor aproveitar o momento de baixa para parar uma linha de montagem do que fazer isso no momento de pico de produção. E você tem também uma oferta maior de fornecedores para utilizar”, explica o executivo. A fábrica está passando por obras para troca de uma camada de solo a 30m da superfície, melhorias no backup de energia e também troca do sistema de iluminação atual por outro com lâmpadas LED e sensor de presença, entre outras melhorias.
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