Moradores da ocupação do Morro Céu Azul estão desde terça-feira da semana passada sem o serviço de abastecimento de água, que é feito em caminhão pipa. a informação é que a empresa que presta serviço para o Sistema de Abastecimento de Água e Esgoto de Parauapebas (SAAEP) suspendeu a atividade porque está sem receber da prefeitura.
A informação é contestada pelo diretor do SAAEP, Pedro Alcântara. Ele diz que o serviço foi suspenso porque a licitação para a realização do serviço que é feito pela empresa Geotop já teria vencido.
A prefeitura vai fazer um aditivo, mas isso requer trâmites legais para que o serviço volte a ser feito até o dia 31 de dezembro, quando encerra o mandato do prefeito Valmir Queiroz Mariano, que não conseguiu se reeleger. Ele afirma que no máximo até está quarta-feira o serviço volte a ser normalizado.
Os moradores da ocupação, no entanto, afirmam que se isso não acontecer até às 8 horas desta quarta, eles irão marchar até o SAAEP, ocupar o lugar e só sair de lá quando o abastecimento for normalizado. Segundo o presidente da Associação do Morro Céu Azul, Kennedy Modesto, cerca de 300 famílias moram na ocupação, que já existe há cinco anos.
Ele conta que situação deles está crítica, porque o morro é alto e as pessoas não têm condições de subir e descer a toda hora para pegar água nos bairros próximos. “Tem idosos e pessoas com deficiência física. Como essas pessoas vão subir e descer o morro para pegar água? Não tem condições, queremos uma solução urgente”, ressalta.
Kennedy destaca que os moradores da ocupação estão incluídos no projeto de moradia popular Alto Bonito, mas não sabem quando irão poder se mudar para os imóveis, que estão em construção pela prefeitura desde 2014. Enquanto isso, são obrigados a ficar no local, que não tem serviço regular de água.
Por falta de água, ele diz que tem muitas crianças que estão sem ir para a escola porque não tem como tomar banho. Algumas pessoas estão pegando água na parte de baixo do morro, onde alguns moradores fizeram gatos de água, puxando da rede do bairro Beira Rio. Outros estão tendo que pagar até R$ 100,00 por mil litros de água para caminhões pipas abastecer suas residências. “É muito sofrimento”, resume.
Ainda de com Kennedy, o abastecimento da caixa d’água de onde o líquido é distribuído para as casas era feito diariamente, com 40 mil litros de água. Sem o serviço, tem gente que está em situação crítica, sem o líquido nem para beber.
Diante dessa situação crítica, ele afirma que se o serviço não for normalizado, eles irão ocupar o SAAEP sem prazo para sair. Vale ressaltar que a empresa Geotop é uma das empresas investigada na Operação Camisa de Força, do Ministério Público do Pará (MPPA), suspeita de participar de um esquema de fraude em licitação nas prefeituras de Pacajá e Parauapebas. Ela é uma das empresas que mais recebeu recursos na gestão de Valmir Mariano à frente da Prefeitura.
(Tina Santos)
Comentários com Facebook