Coordenador do MST na região, Tito Moura, rebateu as acusações contra o movimento de estar por trás da matança de gado e vandalismo na fazenda Cedro. Homens armados entraram na fazenda, na noite do último domingo (29) e mataram cerca de 20 vacas. Alguns animais estavam gestantes, aguardando transferência para tratamento especializado. Na madrugada de anteontem (30), o bando entrou novamente na fazenda, e tirou a vida de mais 29 vacas, totalizando quase 50 animais abatidos. As imagens mostram vacas decapitadas, com vísceras expostas e até fetos espalhados pelo chão de terra.
Segundo um dos coordenadores da fazenda – que não quis se identificar -, não é a primeira vez que a situação ocorre. Ele afirma que, de maio até hoje, o número de animais mortos na fazenda já chega a 800. Ainda de acordo com funcionário da fazenda, o problema maior é o valor agregado nas vacas mortas, já que todas faziam parte do processo de transferência de embrião.A fazenda faz parte do Grupo Santa Bárbara, tem 8 mil hectares.
Sobre as acusações, Tito Moura do MST, diz que se reuniu ontem no escritório do MST em Marabá analisaram as fotos que circulam nas redes sociais e afirma que tudo não passa de uma armação na tentativa de criminalizar o movimento social. O coordenador do MST já entrou em contato com o titular da Deca para acionar o serviço de inteligência e verificar quem está por trás da matança dos animais.
Ele afirma que existe outras máfias, como a dos açougues ou mesmo pessoas da própria fazenda interessadas na saída das 340 famílias da área, que estão acampadas há seis anos. Não há interesse nenhum do MST em praticar esse tipo de crime já que o processo de desapropriação está em andamento no Incra.
INVESTIGAÇÃO
O superintendente da Polícia Civil em Marabá, delegado Marcelo Delgado comentou a situação. Segundo ele, a Civil recebeu a denúncia da morte dos animais através da Polícia Militar que enviou a perícia por meio do Instituto Renato Chaves no local. “Diante disso enviamos à tarde (de ontem) o deslocamento da Polícia Civil juntamente com a Militar e o Centro de Perícias, e foi realizada a perícia nos animais encontrados mortos”, declarou.
Sobre as suspeitas de quem poderia ter causado a morte do gado, o delegado informou que a Polícia já trabalha com algumas linhas de investigação já levantadas pelos trabalhadores da fazenda, mas está aguardando a formalização da denúncia por meio de um Boletim de Ocorrência, que deverá ser encaminhada a Delegacia de Conflitos Agrários, Deca.
Ainda de acordo com Marcelo Delgado, foram encontrados alguns cartuchos ao lado dos corpos dos animais, que serão encaminhados para análise técnica.
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