O desabafo do zagueiro e capitão Gino – ele tem moral para falar, porque liderou o time na histórica vitória contra o Boca Juniors, no La Bombonnera, em 2003, e foi também Campeão dos Campeões, em 2002 – contra o futebol medíocre e sem garra exibido pelo atual time do Paysandu, deveria pelo menos motivar a diretoria do clube a tomar uma providência para impedir o vexame que será o rebaixamento para a Série C.
Gino falou em sua página no Facebook e o que ele diz deveria ser mostrado na preleção aos jogadores em cada uma das próximas partidas do time na Série B. Ele defende uma sacudida geral e fala até em mandar alguns pernas-de-pau embora.
“Há uma omissão no geral dos jogadores, é ridícula a performance dentro de campo, sem sangue, sem vontade, sem raça. O semblante deles após um jogo é como se estivesse tudo bem. Sempre falei que esse time do Paysandu era muito ruim e que a probabilidade de o time ser rebaixado seria grande, desde o início, até quando era líder”, afirma o eterno capitão, símbolo do comprometimento e da dedicação total que deu ao Paysandu em sua histórica, sempre lembrada e gloriosa passagem por Belém.
Segundo Gino, é preciso ter cuidado para não piorar as coisas, mas ele não deixa de registrar sua indignação diante de tantas derrotas dentro de casa, não apenas contra o elenco, mas também contra a diretoria, lembrando que o torcedor é movido por paixão e cobra resultados. “Mesmo eu estando à distância, é inaceitável essa completa tranquilidade e omissão dos jogadores”.
Para Gino, não há uma cobrança direta de nenhum diretor, nem do treinador – o fraquíssimo Marquinho – , nem do presidente, em ver qual é o custo benefício desses jogadores para o clube. “O que é bom, fica; o que não é, rapa, manda embora. Dá um susto, manda dois, três embora”, sugere o ídolo bicolor, que dentro de campo, quando vestiu a campeoníssima camisa azul e branco, nunca teve sangue de barata ou medo da fiel torcida, como os atuais jogadores.
Sempre no ataque, o raçudo capitão bicolor afirma que é preciso “tomar vergonha na cara e pelo menos honrar a camisa”. Ele lembra que com vários jogos pela frente, o clube precisa fazer pelo menos 18 pontos para escapar do rebaixamento, mas, “com esse time, não faz 18 pontos”. E mais: “desculpa eu estar falando isso, mas estou falando como torcedor, pois se eu fosse treinador, diretor ou presidente chamava todo mundo na chincha. Jogador que tá aí no banco ganhando um monte de dinheiro, sem fazer bosta nenhuma, manda embora”.
E acrescenta: “se os que estão jogando estão uma merda, imagina quem não está jogando, é uma bosta e meia. O torcedor não pode aceitar isso, porque daqui a um ano, dois anos, o nosso espelho vai ser o mesmo do Baenão, aquela merda do outro lado, se a gente deixar isso acontecer”. Por fim, Gino diz que ao assistir o jogo do Paysandu teve “vontade de desligar a televisão”, porque “é inadmissível, ridículo, ver esses jogadores vestindo a camisa do Paysandu”.
Palavras contundentes, mas verdadeiras, do eterno Campeão dos Campeões, Gino.
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