O amor da vida, uma menina, um violão, acordes sacros, notas afinadas, um tom acima, outro abaixo e o tempo passou. O tempo passou e quase nada a gente se viu. Mas a gente sempre se falou. Admito que eu puxo o assunto sempre, mas é que algumas coisas são realmente necessárias de se dizer. Vai ver que o amor da vida apareça em certos tempos, em várias formas, em várias curvas, disfarçado de tesão, de malícia e de blocos nada cristãos de carnaval. Faz tempo, menina, muito tempo que a tua pureza ficou pra trás. Tanto tempo depois e o meu queixo ainda fica no chão ao te ver. Tanto tempo depois e a minha pele arrepia com a tua voz. Tanto tempo depois e eu descubro, sem querer admitir, que o amor da vida veio com os teus olhos, com as tuas curvas e com os teus cabelos.
Sabe, menina, eu ainda sonho com o dia de ouvir os acordes do teu violão ao pé do meu ouvido. Ouvir as notas da tua voz e o teu timbre fazerem morada na minha alma. Fica sabendo, menina, desde já, que eu sou apaixonado por cada detalhe do teu corpo, mas que amo mesmo é o teu ser, o teu existir e o teu pensar.
Eu quero um dia, menina, flagrar tua caligrafia arquitetando um futuro em que nós dois possamos recomeçar, se ver mais, se enxergar, encarar os problemas de frente, juntos, e se reconhecer, de mãos unidas, com abraços apertados e beijos quentes.
O amor da vida vem certas vezes de encontro a tudo o que a gente acredita ser verdade. E quando vem, pois ele sempre vem, tudo o que a gente deve fazer é se permitir, se reacender e viver. E pra viver, que seja em recintos de fé ou em blocos de carnaval com fantasias ou de almas desnudas.
Tudo o que há, mulher, a partir de agora, é tudo o que a gente ainda vai escrever. E para isso, para tanto, só nos resta ser feliz. E para se refazer, para me recomeçar, eu devo te pedir:
Canta uma canção pra mim?
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