Saudações e cumprimentos são formas de comunicação simples e bem-vindas quando ditas com propriedade. Mas, se ditas com amor e carinho, produzem melhores resultados.
Há aquelas saudações obrigatórias, de um chefe para um subordinado, de um político para um eleitor, de um artista para um fã, que podem até produzir efeito contrário. Quantos bons dias, apertos de mãos, abraços já recebi de pessoas que nem sabem meu nome? Que sequer lembram quem sou? Cumprimentos falsos, cheios de obrigação!
Muitas pessoas criticam quem cumprimenta os internautas pelas redes sociais. Pobres coitados… Eu vejo com bons olhos. Ver um bom dia, um bom fim de semana, uma boa noite nas redes sociais, é bom, faz bem. Quer dizer que aquela pessoa foi educada nos moldes tradicionais da boa educação e gentileza. Que mal há em cumprimentar os internautas?
Gostoso mesmo é receber um bom dia, assim que acordamos, dos pais, dos amigos, dos colegas de trabalho, da pessoa amada! É um bom dia com cara de bom dia! Um bom dia convincente! Melhor ainda é recebê-lo de uma criança de uns 03 anos, que sabe o verdadeiro e sincero significado de um bom dia. Ela solta aquele bom dia gostoso, carinhoso, verdadeiro, alegre, brilhante que não tem como não responder! E a resposta vem acompanhada de um beijo, de um abraço, de ternura sem igual!
Quando criança, eu pedia a bênção para minha avó materna. Engraçado, era só para ela. Não fui educado para pedir a bênção para meus pais ou outros avós… Mas, para minha avó Guila, eu pedia. Pedia e beijava-lhe a mão! Com gosto, respeito, com vontade! Que saudades de minha avó! Seu trato comigo e meus irmãos e primos era como uma brisa de primavera que passava suave pelo rosto! Costurou minha primeira bandeira do Cruzeiro em 1966! Guardo, até hoje, esta bandeira!
Minha mãe apareceu, não me lembro de quanto tempo pra cá, com este ritual. Quando ligo pra ela, ela diz: “Deus te abençoe, meu filho”. E eu nunca lhe pedi a bênção! Meu filho, que morou com ela por 06 anos, já o faz respeitosamente, como eu fazia com minha avó; ao ligar para minha mãe, suas primeiras palavras são: “bença vó”!
Estou precisando exercitar estes rituais de cumprimentos em minha casa. Não sou dado a bons dias no meu lar, mas o faço no trabalho, na rua, com os vizinhos. Estranho… O que me impede? Não sei…
Outro dia, vi nos noticiários televisivos a história de um homem que não morreu por causa de um boa noite! Foi em Nova York. Durante anos ele cumprimentou o porteiro do prédio onde trabalhava com um boa noite! Não era um cumprimento de praxe. Ele, ao ir embora, sorria para o porteiro, falava uma ou outra palavra, mencionava alguma mudança no cabelo ou nas vestes dele e dava-lhe um sincero Boa noite! Numa noite, ele não apareceu. O porteiro sabia que ele estava no prédio. Resolveu procurá-lo. Depois de horas, achou-o caído no banheiro. Chamou por socorro e salvou a vida do tal senhor. O homem havia subido no vaso para tentar parar um vazamento na caixa de descarga. Caiu, bateu com a cabeça. Com a queda, o vaso sanitário se quebrou e fez um corte profundo na perna dele. Perdera muito sangue e estava para morrer em poucos minutos se não fosse socorrido! No hospital, ao conversar com o porteiro, perguntou-lhe o que o levara a sair à procura dele. O porteiro respondeu: “o senhor foi o único que me cumprimentou durante todos estes anos, todas as noites. Estranhei quando não recebi o seu boa noite e fui procurá-lo”.
Também não sou dado ao “eu te amo”. Tenho aprendido com minha filha, Luana, que é um doce e um poço de ternura e, todo dia, diz que me ama! Agora, o “eu te amo” vem, com mais raridade, pelas mensagens no celular!
Um bom dia, uma boa noite, uma boa semana ou fim de semana para você que acompanha e lê esta humilde coluna. Fique com Deus!
Já cumprimentou, com amor, alguém hoje?
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