O Pará é líder em conflitos no campo, aponta um relatório da Comissão Pastoral da Terra (CPT) publicado nesta quinta-feira (19). O Pará também é colocado como o terceiro em número de pessoas ameaçadas de morte.
Os dados são referentes a 2021 e, no estado paraense, são 156 casos registrado. Na sequência,, aparece a Bahia, com 134 ocorrências e o Maranhão em terceiro, com 97.
A pesquisa revela que, das 1.242 ocorrências no Brasil por terra, a Amazônia Legal detém quase metade dos conflitos registrados em todo o país. Foram 641 ocorrências na região.
Entre as pessoas apontadas como principais provocadores dos conflitos estão os fazendeiros, representando 25% dos envolvidos. Em seguida, grileiros de terras representam 19% dos responsáveis e 15% de garimpeiros.
O relatório reúne dados sobre os conflitos e violências sofridas pelos trabalhadores e trabalhadoras do campo, assim como indígenas, quilombolas e outros povos tradicionais do campo, das águas e das florestas.
AMEAÇAS E MORTES
O estado é apontado também como terceiro em número de pessoas ameaçadas de morte. Segundo o relatório, além dos assassinatos de Isac Tembé, da terra indígena Tembé, e de Fernando dos Santos Araújo, que foi morto após ter sobrevivido do massacre de Pau D’arco, também foram contabilizados quatro tentativas de assassinato, duas mortes em consequência de conflitos, 18 pessoas ameaçadas de morte, seis pessoas torturadas, 10 pessoas presas e 13 torturadas.
CONFLITOS POR ÁGUA
De acordo com o levantamento, o número de conflitos por água no Pará registrou um aumento entre os dois últimos anos — passou de 31, em 2020, para 47, em 2021. O estado é o segundo nesses conflitos, atrás da Bahia.
A quantidade de famílias envolvidas nesses conflitos mais que dobrou: saiu de 7.871 e foi para 16.122. A CPT informou que as vítimas dos conflitos por água são indígenas, em 43%, depois ribeirinhos e quilombolas, que, ambos, representam 23% do total.
Entre as categorias que causaram os conflitos pela água, em primeiro lugar estão as hidrelétricas, sendo 26%, seguidas por mineradoras internacionais (21%) e empresários de outros países (15%). Os municípios paraenses com mais ocorrências de conflitos são Belém, Altamira e Santarém.
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