O Pará se prepara para retirar a vacinação contra a Febre Aftosa no primeiro semestre de 2024. O estado possui o segundo maior rebanho bovino do país, com mais de 25 milhões de animais, e desde 2018, é considerado área livre da doença pela Organização Mundial da Saúde Animal (OIE).
De acordo com a Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará), a cobertura vacinal vem sendo mantida acima de 98%.
Por conta deste dado, o Pará trabalha para obtenção de novo status sanitário de Zona Livre da doença sem vacinação, para o qual é necessário seguir algumas recomendações específicas que são determinadas pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) no Plano Estratégico Estadual de Erradicação da Febre Aftosa.
Segundo a Agência, 88% das ações previstas no plano foram concluídas, e o trabalho de vigilância epidemiológica vem sendo intensificando.
Em 2023, a Adepará realizou mais de 14 mil vigilâncias em propriedades, executados em todo o território paraense. As ações previstas no plano estadual também incluem a vacinação fiscalizada, que ocorre quando o Serviço Veterinário Oficial acompanha a vacinação dos animais nas propriedades. Durante este trabalho, os fiscais estaduais realizam ainda inspeções de patas e bocas em animais susceptíveis à febre aftosa.
O Pará detém o status de maior exportador de gado vivo do país. Com a retirada da vacina, A Adepará acredita que vai possibilitar a abertura de novos mercados, como Japão, União Europeia e Canadá, que são mercados melhor pagadores, proporcionando agregação de valor aos produtos de origem animal, geração de emprego e renda, além de outros incentivos à produção pecuária.
A última vacinação está prevista para abril de 2024. Ainda no primeiro semestre do próximo ano, acontecerá a sorologia, um estudo que será realizado em algumas propriedades que o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) vai selecionar para testar alguns animais e constatar a ausência de circulação viral para o processo de validação e alcance do novo status sanitário de Zona Livre de Aftosa Sem Vacinação do Estado.
Segundo a Adepará, os trabalhos de defesa sanitária, que garantem a qualidade do rebanho, serão mantidos e intensificados, identificando e notificando qualquer suspeita de doença ao Serviço Veterinário Estadual.
Será implantado o Programa de Vigilância Baseada em Risco para a Febre Aftosa (PVBR), que consiste no mapeamento das propriedades com maior risco de ocorrência de doença, visitas periódicas nestas propriedades, além das orientações aos produtores para que fiquem atentos ao seu rebanho, e notifiquem a Adepará em caso de qualquer suspeita.
Rastreabilidade bovina
De acordo com o Governo do Estado do Pará, será implantado o Programa Estadual de Integridade e Desenvolvimento da Cadeia Pecuária, que tem o objetivo de controlar o trânsito de cada animal que circula no território paraense, tendo como pilares a rastreabilidade e a implantação de chips no gado, a fim de preservar a cadeia em todas as fases, da produção à comercialização.
A iniciativa também será vinculada aos demais programas ambientais já implantados, na tentativa de garantir o desenvolvimento da cadeia e a qualidade do rebanho.
O processo de rastreabilidade será essencial para manter a preservação sanitária do rebanho, principalmente após a última vacinação contra a febre aftosa, prevista para ocorrer no primeiro semestre de 2024.
Comentários com Facebook