Cerca de 20 homens armados atacaram o acampamento Egidio Brunetto, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em Amarante do Maranhão, no estado do Maranhão. Um acampamento no Paraná sofreu um ataque semelhante.
As primeiras informações dão conta de que a milícia é comandada por Elenice Murta, proprietária da área e por outros fazendeiros da região.
Segundo a direção estadual do MST, “os trabalhadores foram feitos reféns e alguns espancados. Os barracos foram incendiados e parte do acampamento destruído”.
Há ainda dois Sem Terra que desaparecem após o ataque.
Intimidação
feira (20), quando os mesmos homens invadiram o local e sob forte pressão definiram o dia 2/9 como prazo limite para que as famílias desocupem de forma “voluntária” e “pacífica” a área, sob a pena de serem retiradas à força.
O Movimento já entrou em contato com a Secretária de Segurança Pública do Estado e com a Comissão de Direitos Humanos.
Até o momento não há a informação sobre feridos.
Histórico
O Acampamento Egídio Brunetto está localizado na Fazenda São Francisco, ocupada pelos Sem Terra no último sábado (15).
A propriedade faz parte da Gleba Sitio Novo, onde outros oito grileiros se apropriaram da área que soma mais de 10 mil hectares, e que, segundo informações do Instituto Nacional de Colonização Agrária (Incra), são áreas pertencentes à União Federal.
A Gleba atinge cerca de cinco municípios e se consolida como uma região onde impera o trabalho escravo e a pistolagem moderna, ou seja, substituíram os “jagunços” por milícias armadas preparadas para aterrorizar comunidades rurais na região.
A coordenação estadual do MST afirma em nota que se trata da mesma articulação que aterroriza há oito anos as comunidades Cipó Cortado e Batata da Terra, em senador La Roque, um dos municípios da região que abrange a Gleba.
Os Sem Terra aguardam um posicionamento do Incra e do Terra Legal sobre situação na região do acampamento Egídio Brunetto.
Paraná
Na madrugada desta quarta-feira (26), mais de 30 tiros foram disparados contra os Sem Terra do Acampamento Herdeiros da Terra de 1º Maio, em Rio Bonito do Iguaçu, no Paraná.
Homens armados dispararam na entrada do acampamento contra os trabalhadores. Ninguém ficou ferido.
Informações apontam que há poucos dias a Araupel contratou seguranças, e que esses estavam ameaçando os acampados.
Os Sem Terra fizeram o boletim de ocorrência e aguardam apuração imediata do caso. Em nota a direção estadual da organização diz “que espera que medidas sejam tomadas com urgência para garantir a proteção dos Sem Terra e a punição dos executores e mandantes do atentado”.
Fonte: Brasil de fato
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