Os embarques de minério de ferro no maior terminal de exportação de granéis do mundo, na Austrália, atingiram um volume recorde em junho. O fato está alinhado com previsões de que os preços caminham para menos de US$ 50 a tonelada até o fim do ano, junto com a elevação dos estoques nos portos chineses.
As exportações a partir de Port Hedland totalizaram 41,8 milhões de toneladas, contra 39,4 milhões em maio e 38,4 milhões um ano antes, segundo dados da Autoridade Portuária de Pilbara, divulgados hoje (11). As exportações para a China somaram 34,5 milhões de toneladas, também uma alta histórica, contra 31,7 milhões em maio e 32,6 milhões em junho de 2015.
O recorde em Port Hedland mostra como a oferta de baixo custo cresceu em meio à desaceleração da produção de aço da China e essa elevação poderá prejudicar os preços, que subiram 28% em 2016 após três anos de quedas. O Citigroup manteve uma perspectiva pessimista para o minério de ferro em uma nota nesta segunda-feira (11) e a Clarksons Platou Securities informou que, com os novos aumentos de produção, inclusive da nova mina Roy Hill, na Austrália, os preços podem caindo ainda mais.
“A Roy Hill continua ampliando suas exportações e fez pouca diferença, de uma forma geral, no primeiro trimestre. Estimamos que as exportações por Hedland crescerão significativamente no segundo semestre”, disse Jeremy Sussman, analista da Clarksons, em Nova York, em referência ao projeto da bilionária Gina Rinehart que iniciou a produção em dezembro de 2015.
Os preços oscilaram entre uma mínima de US$ 38,30 em dezembro e US$ 70,46 em abril, nível mais alto desde janeiro de 2015, e registraram ganhos trimestrais consecutivos no primeiro semestre. De março para cá, o preço ficou abaixo de US$ 50 em apenas três momentos.
As exportações da Austrália vêm subindo em um cenário em que a produção de aço da China está diminuindo. No primeiro semestre, as exportações de minério saindo de Hedland somaram 229 milhões de toneladas, 3,6% a mais que no mesmo período do ano anterior, segundo cálculos da Bloomberg baseados em informações do porto. Na China, a produção de aço caiu 1,4% nos cinco primeiros meses do ano. A Austrália é o maior exportador de minério de ferro, à frente do Brasil, e a China é o maior comprador.
O preço do minério provavelmente cairá neste trimestre devido aos altos volumes da Austrália e do Brasil e à fraca demanda, disse o Citigroup em seu relatório. As exportações de produtoras como a Roy Hill e a Minas Rio, da Anglo American, podem exercer pressão sobre os preços a médio prazo, diz o banco.
O Citigroup coloca o minério de ferro a US$ 48 neste trimestre, a US$ 46 nos últimos três meses de 2016 e a US$ 42 no ano que vem. O Goldman Sachs informou em maio que a commodity poderá chegar a US$ 40 nos últimos três meses deste ano, enquanto o Morgan Stanley projetou o minério a US$ 35 no período.
Port Hedland, na Austrália, movimenta cargas de mineradoras como BHP Billiton, Fortescue Metals Group e Roy Hill. Os embarques do porto representaram 58% da exportação total de minério de ferro da Austrália no ano passado. As informações são da Bloomberg.
Fonte: Portal Canãa
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