Intriga, traição, boatos, falta de alinhamento ideológico, direção dividida, militância dispersa. Esses são os ingredientes que podem culminar com uma perda histórica para o Partido dos Trabalhadores em Parauapebas. Desde a última eleição em 2014 quando parte da direção do partido e parte importante da bancada flertou com o palácio cinzento com a possibilidade de apoio financeiro em troca de apoio político, o PT não conseguiu ser mais o mesmo. Três secretarias chegaram a ser negociadas: SEMPROR, SEMAD E SEMAS. A SEMAS (Secretaria de Assistência Social) chegou a ser entregue extra-oficialmente e o negócio só não se concretizou porque o Valmir declinou e resolveu brincar com os petistas.
Além desses ingredientes, dois dos quatro vereadores (Euzébio e Miquinha) sempre deram sustentação e sempre estiveram na base de apoio do Valmir, apesar de não assumirem. Podemos afirmar com responsabilidade que o prefeito ainda não foi afastado graças aos dois vereadores.
No centro desse tiroteio está o ex-prefeito Darci Lermen. Com amplo favoritismo para retornar ao morro dos ventos, vê sua candidatura ser ameaçada por esses problemas internos. Para piorar a situação, três vereadores votaram na famigerada, vergonhosa e imoral bolsa eleitoreira do Valmir. Caso o Ministério Público passe batido, essa bolsa será capaz de causar um sério estrago nas pretensões do Darci.
Como o Darci terá que adotar um discurso forte de oposição ao atual prefeito, poderá cair em contradição na campanha. Como combater um prefeito que teve apoio e sustentação política do PT? Não parece incoerente? Como denunciar a famigerada bolsa eleitoreira se a bancada petista votou a favor? Muitas outras contradições aparecerão.
Em conversa com o Darci, ele falou que não tem intenção de deixar o PT e que essa seria uma decisão muito difícil para ele, visto que sua ideologia não mudou. Falou que tem uma forte ligação e eterna gratidão com a militância, a qual classifica como única. Porém, demonstrou angústia com os últimos acontecimentos do partido. Confidenciou-me que após a votação favorável da tal bolsa, com o apoio da bancada do PT, ficou tão chateado que pensou em desistir da candidatura. É bom lembrar que o PT domina a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. Bastaria a comissão dar parecer contrário que o projeto de lei nem entraria em votação. Resumindo: o Valmir deve a bolsa eleitoreira exclusivamente ao Partido dos Trabalhadores.
Vários partidos já procuraram o Darci e propuseram filiação com o sonho de ter em seu quadro o único homem capaz de derrotar o Valmir. Já plantaram boatos e até criaram Fake em seu nome. É natural que qualquer líder partidário agarre a chance de ter o comando do morro dos ventos. Apesar da resistência do Darci em deixar o PT, apesar do seu apego ideológico, talvez essa seja sua única opção para disputar com tranquilidade a eleição 2016.
Na atual conjuntura, com o posicionamento da bancada do PT, vejo como improvável a permanência do Darci. Caso se confirme, um grande número de filiados deverão acompanhá-lo em sua decisão.
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