Confira quais antivirais estão em estágio mais avançado de testes e entenda como o Brasil está presente na corrida por uma imunização
Enquanto a pandemia do novo coronavírus (Covid-19) assola o mundo, laboratórios e governos de todo o planeta entraram em uma corrida em busca de uma vacina, montando até mesmo um consórcio global. Segundo os últimos dados divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que foram disponibilizados no final de maio de 2020, atualmente dez antivirais já estão em fase acelerada de testes, enquanto outros 114 estão em estudo, mas em estágio inicial de desenvolvimento.
Até mesmo protocolos outrora estabelecidos foram deixados de lado em meio à corrida. Afinal, segundo dados da Universidade John Hopkins consultados na manhã desta quarta-feira (3), ao menos 6.411.023 pessoas haviam sido contaminadas em todo mundo pelo patógeno, sendo que pelo menos 380.880 perderam a vida.
Como somente a imunização trará tranquilidade sobre a disseminação e controle da Covid-19, um dos estudos mais promissores, desenvolvido pela Universidade de Oxford, na Inglaterra, tiveram produção do patógeno massiva enquanto são testado em humanos.
Ele, inclusive, será testado no Brasil. Autorização da Anvisa veio na última terça-feira (2)
Porém, ainda assim, as estimativas mais otimistas apontam que o antiviral só estará disponível no mercado no início de 2021. Abaixo, mostraremos um panorama de qual estágio está a descoberta por uma vacina para o coronavírus e todos os fatores que a cercam.
QUAL VACINA PARA A COVID-19 ESTÁ EM ESTÁGIO MAIS AVANÇADO?
Atualmente, a vacina contra o coronavírus em desenvolvimento na Universidade de Oxford, no Reino Unido, é a que está em estágio mais promissor de conclusão. Não à toa, entrou, na última semana, na sua fase três de testes clínicos, que envolvem ao menos 10 mil pessoas sendo imunizadas pelo antiviral.
Esse antiviral se sobrepõe aos demais uma vez que já tinha sido estudo para a Síndrome Respiratória Aguda Grade (Sars) e a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (Mers), também causadas pelo coronavírus. Assim, o processo e segurança da vacina tiveram etapas aceleradas.
Somente após observar o comportamento em humanos da vacina sobre o patógeno, será possível determinar sua eficácia. No caso da vacina de Oxford, a aposta é tão grande que até mesmo sua produção foi acelerada.
Outra que segue a mesma toada é o antiviral produzido na escola Escola de Medicina Tropical de Liverpool, que tem uma brasileira no processo, a imunologista Daniela Ferreira, de 37 anos, especialista em infecções respiratórias e desenvolvimento de vacinas.
Em entrevista ao Estado de S. Paulo, a imunologista explicou que essa aceleração da produção tem como objetivo ter o maior número possível de doses prontas para distribuição assim que o produto for aprovado.
“A ideia não é ter uma competição entre os países. O que está acontecendo agora é um trabalho de envolvimento global, com todos os cientistas compartilhando conhecimento em tempo real. A vacina é para o mundo inteiro; tem de haver uma colaboração internacional e tem de ser solidária, não pode ser ditada por interesses comerciais e preços”, pontuou Daniela ao Estadão.
QUANDO A VACINA CONTRA O CORONAVÍRUS ESTARÁ DISPONÍVEL?
Na mesma entrevista, Daniela afirmou que é impossível cravar um resultado definitivo. Porém, é consenso que entre dois e seis meses, os cientistas saberão se as vacinas testadas em humanos são eficazes. Assim, poderá ser produzida em larga escala, o que fará com que seja acessível globalmente e com preço acessível para os governos, que poderão distribuí-la.
EXISTE ALGUMA EQUIPE BRASILEIRA DESENVOLVENDO A VACINA CONTRA A COVID-19?
Sim. Na última terça-feira (2), o governo federal anunciou a participação do Brasil no projeto Acelerador de Vacina (ACT Accelerator), iniciativa internacional para produção do antiviral e de medicamentos para a Covid-19. Ao todo, 44 países, empresas e entidades internacionais fazem parte da parceria.
“Decidimos que o Brasil vai entrar no chamado acelerador de vacinas, que é um projeto de vários países e empresas privadas que estão buscando investir e trabalhar em conjunto para o desenvolvimento de uma vacina para o Covid-19″, informou o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo.
Segundo o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Marcos Pontes, o Brasil é tratado como um dos países competentes para acelerar a busca por um antídoto. “O Brasil é um país que tem uma competência no desenvolvimento de vacinas, a capacidade de nosso pesquisadores e cientistas é reconhecida internacionalmente, assim como a capacidade produção de vacinas”, explicou.
QUAIS SÃO AS OUTRAS VACINAS EM ESTÁGIO AVANÇADO DE PESQUISA?
Atualmente, outras três vacinas estão em desenvolvimento avançado. Abaixo, segue o laboratório e a etapa.
Laboratório: Moderna (Estados Unidos)
Status: Foi testada em 45 pessoas. Nessa primeira fase de testes em humanos, observou-se a criação de anticorpos do vírus em quantidade superior a de quem teve o novo coronavírus.
Próximas etapas: fases 2 e 3 terão testes em humanos, aumentando a escala de voluntários submetidos ao protótipo do antídoto.
Expectativa de conclusão: entre janeiro e junho de 2021.
Laboratório: Novavax (Estados Unidos)
Status: no início dos testes da fase 2 em humanos.
Próximas etapas: a primeira fase de testes contará com a participação de 130 voluntários entre 18 e 59 anos, e deve ser concluída em julho.
Expectativa de conclusão: somente o calendário de etapas foi divulgado.
Laboratório: Instituto de Biotecnologia de Pequim (China)
Status: O testes da primeira etapa foram aprovados após aplicados em 108 adultos entre 18 e 60 anos.
Próximas etapas: agora, na segunda etapa, que já foi iniciada, as vacinas serão testadas em 500 voluntários. Os novos testes incluem pessoas acima dos 60 anos, parte do grupo de risco.
Expectativa de conclusão: não divulgada.
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