Professor de medicina explica como ocorre o procedimento e possíveis riscos que podem ser gerados
Tatuagens representam uma das maiores formas culturais de modificação do corpo. Trata-se de uma arte permanente feita na pele que, tecnicamente, consiste em uma aplicação subcutânea obtida através da introdução de pigmentos por agulhas. Por ser algo definitivo, é necessário pensar bem, escolher bons profissionais e decidir com atenção o que será tatuado.
Em casos de arrependimento, muitas pessoas cobrem suas tatuagens com outras tatuagens ou recorrem a remoção da arte. Segundo o professor do curso de Medicina da Universidade de Franca – UNIFRAN, instituição pertencente a Cruzeiro do Sul Educacional, Dr. Marcus Vinícius Jardini Barbosa, a técnica mais moderna de remoção é com o uso do laser, sendo que há especificidades diferentes para cada cor das mesmas. “O laser emite feixes ultrarrápidos e de alta intensidade, permitindo o ataque seletivo aos pigmentos em excesso sem gerar calor, preservando a pele ao redor da tatuagem”, esclarece.
O docente explica que a remoção deverá sempre ser realizada por um médico especialista nas áreas de cirurgia plástica ou dermatologia, com prática em laser terapia e que a quantidade de sessões varia para cada paciente, pois dependerá principalmente das cores e do tempo da tatuagem. “Nas tatuagens monocromáticas com pigmento negro, após a primeira aplicação, os resultados já são bastante visíveis. Já as tatuagens coloridas são as mais complexas e, portanto, necessitam de mais sessões para a remoção. Em média cerca de seis sessões”, salienta.
Também é importante destacar os riscos que o procedimento contém. “A tatuagem é um processo permanente e sua remoção dependerá de vários fatores, principalmente da cor e do nível de profundidade na qual o pigmento foi aplicado e do tipo de pele do paciente. Para que a tatuagem permaneça, os pigmentos são aplicados na segunda camada da pele, denominada derme (abaixo da epiderme). A derme apresenta duas camadas, uma superficial e uma profunda. Assim, quanto mais profunda e mais colorida a tatuagem, mais difícil será a remoção”.
“Pacientes com tons de pele mais escura, apresentam maior possibilidade de complicações como hiperpigmentação e distúrbios cicatriciais, como cicatriz hipertrófica (semelhante a queloide). Além disso, a dor do laser é bem maior que a das agulhas e em geral, há um edema (inchaço) e hiperemia (vermelhidão) após o procedimento que regride em algumas horas e não limitam as atividades dos pacientes”, explica o Doutor Marcus.
O médico finaliza dizendo que o sucesso do procedimento depende muito das cores aplicadas e da profundidade da tatuagem. “Por exemplo, tatuagens amadoras tendem a ter melhor resposta ao procedimento, quando comparadas a tatuagens profissionais, pelo fato de nas tatuagens amadoras, a aplicação do pigmento ser mais superficial. Assim, podemos ter uma estimativa do “quanto a tatuagem vai sair”, podendo de fato permanecer alguns resquícios nas partes em que o pigmento foi mais profundo.”
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