S&P rebaixa nota da Vale, mas mantém grau de investimento
Rating foi cortado de BBB para BBB-, com perspectiva negativa.
Mineradora anunciou na véspera que não pagará dividendos em 2016.
A agência de classificação de risco Standard & Poor’s rebaixou nesta sexta-feira (29) a nota em escala global da mineradora Vale de BBB para BBB-, com perspectiva negativa. A mineradora fica no degrau mais baixo do “selo de bom pagador” (grau de investimento).
Segundo a agência, o corte reflete o enfraquecimento dos preços do minério de ferro, previsto até 2018 na análise da S&P. A Vale tem o minério de ferro como seu principal produto de exportação, de modo que preços mais baixos reduzem a receita da companhia.
A perspectiva da nota de crédito em escala nacional da Vale foi revisada para negativa. O rating atual é brAAA.
Segundo a agência, um novo rebaixamento é possível se a relação dívida da Vale permanecer cinco vezes maior que o Ebitda, um cenário que pode se materializar se os preços do minério de ferro caírem para menos de US$ 40 por tonelada.
Desvalorização
Na véspera, a Vale informou que irá apresentar uma proposta ao Conselho de Administração da empresa para não distribuir dividendos aos seus acionistas durante o ano de 2016. A mineradora apontou como motivo a “volatilidade nos preços das commodities minerais”.
A Vale foi a empresa com ações negociadas na Bovespa que mais perdeu valor de mercado em 2015, segundo levantamento realizado pela Economatica. A empresa perdeu R$ 45,9 bilhões em valor de mercado, passando de R$ 107 bilhões no final de 2014 para R$ 61,6 bilhões no final do último pregão de 2015 – uma queda de cerca de 42%.
A desvalorização das ações da mineradora acontece ainda em meio às investigações sobre a causa da tragédia ambiental em Mariana (MG) após o rompimento de uma barragem da Samarco – cujos donos são a Vale e a BHP Billiton.
A Vale foi indiciada pela Polícia Federal por crimes ambientais. A empresa afirma que o indiciamento reflete um entendimento pessoal do delegado e ocorre em um momento em que as reais causas do acidente ainda não foram tecnicamente atestadas.
Segundo a mineradora, as suposições da Polícia Federal sobre uma teórica responsabilidade da Vale baseiam-se em premissas que não têm efetivo nexo de causalidade com o acidente, conforme será oportuna e tecnicamente demonstrado.
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