Pavilhão incendiado era feito de container, que ajudou na propagação das chamas e asfixia dos detentos presos. Órgãos do governo viajaram para o município para acompanhar as investigações.
A Superintendência do Sistema Penitenciário do Pará (Susipe) identificou nesta segunda-feira (28) as facções criminosas envolvidas no confronto que resultou na morte de 52 presos no Centro de Recuperação Regional de Altamira, sudoeste do estado. De acordo com o órgão, os detentos envolvidos na briga pertenciam ao Comando Classe A (CCA) e ao Comando Vermelho (CV). O Governo tenta identificar líderes das facções para transferir para presídio federal.
Segundo a Susipe, líderes do CCA incendiaram uma cela com internos do CV. O pavilhão era feito de container e alvenaria, que ajudou na propagação das chamas e asfixia de 36 vítimas. Outros 16 detentos foram mortos por decapitação.
“Foi um ato dirigido. Os presos chegaram a fazer dois agentes reféns, mas logo foram libertados, porque o objetivo era mostrar que se tratava de um acerto de contas entre as duas facções, e não um protesto ou rebelião dirigido ao sistema prisional”, afirmou o superintendente da Susipe, Jarbas Vasconcelos.
Representantes dos órgãos de segurança pública do Pará seguiram para Altamira, no sudoeste do Pará, no início desta tarde, para acompanhar de perto as investigações. Ainda de acordo com Jarbas Vasconcelos, nenhum relatório da inteligência da Susipe reportou risco de ataque e que brigas entre facções ocorrem no sistema prisional, por isso, presos são transferidos diariamente.
Massacre em presídio de Altamira deixa 52 detentos mortos Clik Aqui
“Temos protocolos para a maioria dos casos, mas neste específico, não tínhamos informações sobre um ataque dessa magnitude”, destacou.
Relatório da CNJ
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) produziu um relatório que apontou o Centro de Recuperação Regional de Altamira como superlotado e em péssimas condições. Nesta segunda-feira (29), antes do confronto entre facções rivais que resultou na morte de 52 detentos, o presídio com capacidade máxima de 200 internos registrava 311 custodiados.
Apesar da casa penal ter excedido o número máximo de vagas em 55,5%, o superintendente da Susipe, Jarbas Vasconcelos não classificou o local como superlotado e espera entregar uma nova unidade prisional em breve.
“Não há superlotação carcerária na unidade, mas estamos aguardando a entrega de uma nova prisão pela Norte Energia, que deve ficar pronta até dezembro. Os containers não são improvisados, existem há algum tempo, mas com a entrega do novo complexo como compensação ambiental da empresa, teremos capacidade para 306 internos e ainda uma unidade feminina. Esperamos, assim, ter um espaço mais seguro e moderno na região da Transamazônica”, pontuou.
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