“Não é qualquer pessoa que consegue ser um artista, mas um artista pode vir de qualquer lugar”
Nesta série de entrevistas o Chocopeba traz talentos de Parauapebas que contribuem para o político, social, cultural ou empresarial. O terceiro entrevistado é o artista plástico Afonso Camargo Fona, que traz na veia essa paixão pela arte que herdou dos pais e um talento que atravessou as fronteiras do Brasil, tendo obras nos estados unidos e na sala do papal na Itália.
Natural de Santarém-PA, é casado com Eliana Alves da Silva Camargo e pai de três filhos, veio para Parauapebas nos anos 90 a convite da Vale para atuar no projeto social Barriga Cheia.
Além de muitas obras de arte, Afonso também coleciona alunos brilhantes como Civaldo Rodrigues, Djair Oliveira e Sanção Anticorpus que hoje expõe suas obras fora do Brasil.
Confira esse bate papo
Quem é Afonso Camargo Fona?
Eu nasci da união de dois artistas, minha mãe e meu pai sempre exalaram muito talento. Quando eu estava com nove anos, eu percebi que eu queria ser artista como meus pais, o seu Pedro era desenhista, gravador, entalhador saxofonista, músico; eu não queria ser outra coisa que não fosse filho do Pedro Fona e ser um artista como ele, eu tinha verdadeira fascinação pelo ambiente de trabalho do meu pai. O trabalho do meu pai foi pauta da BBC de Londres sobre a confecção das Cuias.
Quais são as obras de mais destaques?
São dois quadros, um deles está em Roma na sala papal e outro traz uma imagem que vi durante uma viagem de Santarém, uma imagem do interior do Amazonas, numa época sem luz, sem internet, mas com uma conexão incrível entre as pessoas confraternizando, eu reproduzi essa cena e o quadro foi vendido e levado para os Estados Unidos, a maioria das minhas produções estão nos Estados Unidos.
Como foi o seu encontro com a Arte Sacra?
Eu conheci a Arte Sacra através do trabalho que iniciei no Teatro Amazonas, com o mestre Tatíca uma pessoa fabulosa, era restaurador e me ensinou as técnicas de colagens. A minha família é muito católica e isso também contribuiu muito com a minha identificação com a Arte Sacra.
Também conheci e aprendi a técnica de Claúdio Pastro, que antes de morrer deixou uma escola de pintura clássica e Arte Sacra. Depois comecei a produzir propostas para igrejas católicas, hoje cada igreja católica de Parauapebas e região, tem ou terá uma obra minha.
Como você vê a importância da arte para a sociedade?
A arte foi criada para garantir a frivolidade que os meios sociais não conseguem resolver, arte liberta, ela salva, ela trabalha a nossa personalidade e eu sou um exemplo disso. Não é qualquer pessoa que consegue ser um artista, mas um artista pode vir de qualquer lugar. É importante que haja oportunidade e investimento.
Da redação
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