A manhã de ontem quarta-feira (22) foi de intenso tumulto em frente ao Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários (SINTRODESPA), localizado na rua N, Bairro União. A confusão foi gerada pela disputa sindical entre o Sindicato dos Trabalhadores da Construção Pesada do estado do Pará (SINTRAPAV) e diretores da sede do mesmo em Parauapebas, o SINDPESADA, que tinha intenção de realizar uma assembleia com a proposta de votação a favor do desmembramento das centrais sindicais. A convocação de assembleia trouxe ao município centenas de trabalhadores que protestaram pacificamente contra o desmembramento.
A assembleia que estava marcada para acontecer às 09h de quarta-feira (22) foi cancelada pelo presidente Dorielson Gomes com consentimento do advogado Dr. Romulo por conta do tumulto causado pela manifestação da classe fora do sindicato. A suposta diretoria apresentou um documento assinado pelo presidente justificando o cancelamento.
Os trabalhadores foram impedidos de entrar no ambiente onde a assembleia seria realizada, porém o presidente do SINTRAPAV Geovane Rezende juntamente com o vice-presidente Roginel Lobo, com o consentimento trabalhadores presentes decidiram realizar a assembleia em via pública, realizando e votação por proclamação. A maioria dos trabalhadores votou contra o desmembramento do sindicato e para oficializar a votação os sindicalistas assinaram uma lista contendo todos os dados pessoais que serão encaminhados para o ministério do Trabalho apresentado como documento de prova.
Em entrevista o vice-presidente, Roginel Lobo do SINTRAPAV, criticou atitude do presidente do sindicato SIMDPESADA, que seria formado caso o desmembramento fosse aprovado, de não se pronunciar junto à classe de trabalhadores “Na verdade o SINDPESADA é um sindicato que eles estão querendo fundar, porém este sindicato não representa a categoria da construção pesada em região nenhuma, muito menos aqui em Parauapebas. Todos esses trabalhadores que vieram, estão aqui para comprovar que o verdadeiro sindicato que representa a categoria, é de fato o SINTRAPAV que abrange todo o estado do Pará. O pessoal do SINDPESADA que inclusive está fazendo reunião em um sindicato que não é o deles não teve coragem de sair aqui. Eles alegam estar preservando a integridade física. Acreditaram ainda que ninguém viria participar da assembleia e quando viram a grande representatividade da categoria, em sua maioria contra o desmembramento, ficaram com medo de se pronunciar”, disse o vice-presidente à imprensa.
Ainda de acordo com Roginel a iniciativa de querer desmembrar o sindicato surgiu por intermédio do SINTICLEPEMP (Sindicato dos Trabalhadores da Construção Leve Pesada de Mobiliário de Parauapebas) que antes era representante da construção pesada e demais categorias, porém depois que o SINTRAPAV que representa especificamente a categoria da construção pesada ampliou sua base passou ter representatividade aqui em Parauapebas e trouxe inúmeros benefícios para a categoria. Segundo Roginel, o SINTICLEPEMP ainda tentou retomar a base, mas perderam judicialmente e agora está apoiando a criação de um sindicato pequeno no caso o SINDPESADA, que não representa de acordo com a diretoria do SINTRAPAV nenhuma classe trabalhadora.
Ainda de acordo com o vice-presidente a suposta diretoria do SINDPESADA tem a pretensão de formar um sindicato com representatividade em Parauapebas, Canaã dos Carajás e Curionópolis, mas a categoria de trabalhadores da construção pesada do Pará vota contra esse desmembramento.
Em entrevista com o representante do SINDPESADA Dorielson Gomes, o mesmo explica que a categoria de trabalhadores da construção pesada de Parauapebas não se sente representada pelo SINTRAPAV. “A categoria está insatisfeita com a representação do SINTRAPAV, por isso nós entramos na causa para lutar pelas necessidades do trabalhador, como aumento no valor do visa alimentação entre outros benefícios. Queremos trabalhar para que a classe o se sinta satisfeita, pois nossa região é diferenciada de qualquer outra”, frisou.
Para finalizar, o presidente do SITRACPAV Geovane Rezende afirmou que a classe de sindicalista tem que lutar por seus direitos com honestidade e justiça. “Nós sindicalistas temos que ser exemplo, haja vista o que está acontecendo em nosso pais, corrupção, falta de saúde e educação. Temos que fazer uma política pura transparente, pois a base da política é o sindicato e os trabalhadores”. Finalizou o presidente.
Fonte: Correio do Pará
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