Dois adolescentes foram apreendidos como suspeitos da morte de Sandro Martins dos Santos, 44 anos, conhecido como “Sandrinho”. Ele foi assassinado na madrugada de sábado (21). Sandro era ativista do Movimento LGBT em Marabá.
Após intenso trabalho de investigação e monitoramento da Polícia Civil de Marabá, os adolescentes foram encontrados por homens do Departamento de Homicídios, em uma residência em Morada Nova, na tarde de domingo (22).
Eles confessaram que possuírem envolvimento na morte de Sandro. As oitivas dos dois foram realizadas no Departamento de Homicídios da 21ª Seccional de Polícia Civil, de Marabá, perante as mães deles.
De acordo com a Delegada Raíssa Beleboni, o primeiro adolescente, com quem a vítima mantinha um relacionamento amoroso, confessou ter efetuado os golpes fatais em Sandro e que já havia arquitetado a ida dos dois à residência do cabeleireiro visando roubar o carro. Já o segundo adolescente disse em depoimento, que a intenção era matar a vítima e então subtrair o veículo.
Para a polícia, não se trata de latrocínio e sim dos atos infracionais homicídio qualificado e furto qualificado. “Tendo em vista que durante toda a execução do crime de homicídio, o segundo adolescente permaneceu na residência ciente de que o crime de homicídio seria praticado antes da subtração do veículo”, afirma Beleboni.
Caberá ao Judiciário sobre a internação deles e a decisão deve sair nos próximos dias, segundo informou a delegada Raíssa Beleboni.
O CRIME
Sandro era vice-presidente do grupo LGBT em Marabá e foi morto brutalmente por golpes de arma branca, na madrugada de, dentro de casa, localizada no Bairro Liberdade. A vítima ainda conseguiu buscar ajuda dos vizinhos, foi socorrida e levada ao hospital, mas em razão da gravidade dos ferimentos não resistiu e faleceu antes de chegar.
INTOLERÂNCIA
A Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos (ABGLT) divulgou uma nota sobre o crime.
“A forma como foi assassinado leva a crer que teve motivação homofóbica. A abordagem dos criminosos têm semelhanças com as investidas em outros casos de intolerância, que vem acometendo a população LGBTI. Só neste ano, até a data de hoje, contando com Sandrinho, foram 331 LGBT assassinados pelo ódio”, informam.
A associação ainda manifestou pesar e se solidarizou com familiares e amigos da vítima. “Somamos as vozes contra a intolerância que exigem dos sistemas de segurança e justiça paraense que mantenham os culpados presos, combatendo a impunidade que só estimulam os crimes de ódio”.
(Com informações de Jéssika Ribeiro/Diário do Pará em Marabá)
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