Na manhã de terça-feira (4), um jovem de 18 anos invadiu uma creche em Saudades, município do interior de Santa Catarina, e causou a morte de três crianças, um professor e uma funcionária da escola. O episódio causou comoção nas redes sociais e entidades da educação prestaram solidariedade às vítimas do atentado.
O representante do Instituto Geral de Perícias de Santa Catarina salientou que os laudos cadavéricos ainda serão finalizados. Mas, que num exame rápido, pode perceber que as três crianças vítimas da tragédia foram as que mais apresentaram ferimentos. Uma delas, segundo ele, chegou a ter cinco perfurações nas costas, outras três na cabeça e uma no tórax. Outro bebê apresenta três cortes no abdômen, dois no tórax e mais dois nas costas. E a terceira criança, morreu ao receber duas facadas nas costas, uma no glúteo, duas no tórax e uma na lateral do abdômen. Todas tinham menos de dois anos.
Em nota, o Conselho Estadual de Educação de Santa Catarina (CEE/SC) manifestou “profundo pesar e consternação” diante do ocorrido. A Polícia Militar do estado também se pronunciou nas redes sociais.
Violência e intolerância
A presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), Rozana Barroso, afirma estar atordoada com a notícia. “Para nós, é terrível ver mais um caso como esse no Brasil. Nunca esqueceremos do caso de Suzano, por exemplo”, destaca. Segundo ela, o desastre, somado ao aumento das taxas de suicídio, acendem um alerta para se atentar à saúde mental dos jovens durante a pandemia.
“Nossa solidariedade, e espera para ver como vai se desdobrar a história”, diz a presidente. “Agora, precisamos lutar para garantir o acesso à assistência, não só aos pais, mas aos profissionais da educação presentes”.
Discussão nas escolas sobre saúde mental
De acordo com a psicóloga Maria Aparecida Toledo, a exposição a um ato violento como esse impacta em questões psicológicas como: ansiedade, depressão, estresse pós-traumático e síndrome do pânico. Por isso, um acompanhamento psicológico é fundamental.
Em relação às maneiras de prevenir novos episódios, ela ressalta que são necessárias ações para além de um sistema de segurança. “Maneiras mesmo de discutir sobre saúde mental dentro da escola também. É trazer a família para mais próximo da instituição escolar”, explica.
Undime-SC presta reconhecimento por ato heroico dos profissionais da escola
A União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação de Santa Catarina (Undime-SC) lamenta a tragédia e presta reconhecimento pelo ato heroico dos profissionais da creche, “que com coragem e braveza empenharam seus melhores esforços na tentativa de proteger a segurança das crianças de Saudades”.
Em nota, a Undime se colocou à disposição e se solidarizou com as famílias, moradores atingidos pela tragédia e à Dirigente Municipal de Educação de Saudade/SC, Gisela Hermann.
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